Hyundai Sonata Limited


"Você está olhando para o carro mais importante que a Hyundai lançará nos Estados Unidos nesta década. Enquanto o sedã de luxo Genesis mudou a imagem da Hyundai, o novo Sonata pretende fazer da empresa coreana a maior marca no segmento mais competitivo do país – à custa de Toyota Camry e Honda Accord.” As palavras são do diretor da revista americana Motor Trend, Angus MacKenzie, e revelam a importância que o modelo terá para a fabricante coreana.

Para cativar compradores dos dois sedãs mais tradicionais dos EUA, a Hyundai precisou ir além de uma simples renovação mecânica e estética. Por isso, investiu 370 milhões de dólares no projeto. Assim, a sexta geração do Sonata praticamente subiu de categoria: cresceu 2,4 cm no comprimento em relação ao modelo anterior e 6,6 cm no entre-eixos. Por isso, ficou com espaço e tamanho de um Accord, embora não seja tão largo. A perda de peso também foi uma prioridade do projeto, obtida graças ao uso de aço de alta resistência, que permitiu economizar material. O resultado é um carro de 1 451 kg – um Ford Fusion tem o mesmo tamanho (4,83 cm), mas pesa 1 523 kg.

Mais que a balança, esse regime forçado aliviou o consumo de combustível, a nova preocupação da América. Primeiro os americanos começaram a trocar os grandes SUVs e picapes por modelos mais compactos. Agora a preferência recai cada vez mais sobre motores menores e eficientes. O que pode explicar o esforço que os coreanos fizeram para o Sonata conquistar o título de sedã mais econômico da categoria, com 14,9 km/l na estrada e 9,35 km/l na cidade para a versão automática, segundo a EPA (Agência de Proteção Ambiental americana).

O mérito também é do moderno motor Theta II. A Hyundai optou por parar de oferecer um V6 nesse segmento para investir em um quatro-cilindros turbo de 2 400 cm3, com potência equivalente à do V6 – outras vantagens de abrir mão do seis-cilindros são a redução do peso e o aumento do espaço para os passageiros. Para chegar a 198 cv de potência e 25,4 mkgf, a engenharia da Hyundai lançou mão de abertura variável de válvulas na admissão e exaustão, injeção direta de gasolina, bloco e cabeçote de alumínio, alta taxa de compressão (11,3:1) e coletor de admissão variável. Para completar a linha, também haverá um híbrido, que deverá chegar no fim do ano, na mesma época do 2.0 turbo.

Em nosso test-drive em Nova Orleans, percebe-se logo a potência prontamente disponível em baixas rotações, permitindo que o Sonata possa acelerar de 0 a 96 km/h em 7,8 segundos. O sedã, que conta com suspensão dianteira duplo A e traseira multibraço, tem ótima dirigibilidade em estradas cheias de curvas mas a direção elétrica poderia ser mais comunicativa. Já o raio de giro é ótimo (10,9 metros), melhor que o de um VW Golf (11 metros).

Ele é oferecido em três versões: a básica GLS, com câmbio manual de seis marchas, a esportiva SE e a top Limited. Um automático de seis marchas é de série nas versões superiores, com borboletas no volante.

O interior é surpreendentemente silencioso, graças em parte ao vidro 25% mais espesso na janela do motorista. Os encaixes das peças e o acabamento do material não apenas são melhores do que se poderia esperar da Hyundai mas também superiores aos de muitos modelos da concorrência. Os assentos são confortáveis e a visibilidade é boa em todas as direções, apesar da linha de cintura alta. O porta-malas de 464 litros é um dos melhores da categoria, e a frente transmite a sensação de espaço. Já o banco traseiro é um pouco estreito caso se queira levar três adultos.

Numa viagem pelas estradas de Nova Orleans, pontuada por trechos de asfalto danificado, a suspensão mostrou um trabalho muito bom na absorção das irregularidades. Isso, juntamente com o bom acabamento e o interior silencioso, me fez sentir como se estivesse em um carro mais caro do que é o Sonata.

Mas a melhor parte do Sonata é seu preço. Nos Estados Unidos ele parte de 19 915 dólares, com câmbio de seis marchas manual, freios ABS com EBD e BAS, controle de estabilidade, seis airbags, retrovisores elétricos aquecidos, rádio via satélite com Bluetooth e entrada para iPod. O Limited começa em 26015 dólares e inclui saídas de ar-condicionado para o banco de trás e rodas de liga aro 17. O sistema de navegação com câmera de marcha à ré e o som premium Infinity acrescentam 2100 dólares à conta.

Essa receita tem se mostrado tão apetitosa que o Sonata, lançado em março, já é sucesso de vendas. Em abril faltavam carros nas autorizadas americanas. A expectativa da marca era fechar o mês em 18000 carros, bem acima dos 12406 vendidos em abril de 2009. No Brasil, o Sonata só dará as caras no Salão do Automóvel, em outubro, onde encontrará pela primeira vez em solo brasileiro seus futuros rivais, Fusion, Accord, VW Jetta e o novo Chevrolet Malibu.

VEREDICTO

Com motor potente de baixo consumo, design ousado e acabamento de sedã superior, o Sonata só precisa de um preço à altura dos rivais para agradar no Brasil.

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